
Segurança em Risco
Um ex-militar (Antonio Banderas) está desempregado e disposto a aceitar qualquer trabalho. Ele consegue o cargo de segurança de shopping. Na primeira noite de emprego, ele ajuda uma garota que aparece desesperada na porta. Não demora para o lugar ser invadido por um grupo de mercenários que enfrenta o segurança para tentar matar a menina.
Agora que Antonio Banderas (“Borboleta Negra”) se firma como um astro de filmes B bonzinhos, ele parte para aquela ação tão datada que por pouco não chega a ser trash, mas que no frigir dos ovos, é quase tão ruim que chega a ser bom.
Ele é Eddie, ex-soldado desempregado que pega um trabalho de segurança de shopping. Logo na primeira noite, uma menina pede socorro, pois está sendo perseguida por um grupo de criminosos liderados pelo misterioso Charlie (Ben Kingsley de “Busca Sem Limites”, um ótimo ator, mas que pega o que vier). Eddie e seus colegas de trabalho vão ter que arranjar um jeito de escapar com vida, já que o shopping começa a ser tomado pelo bando que quer a garota de qualquer jeito.
O design de produção não faz nem questão de tentar enganar, mostrando um shopping tão caricato que parece cenário de novela (a escolha da cor azul para as paredes foi podre), inclusive mostrando que sequer estudou os princípios do varejo aplicados a um shopping.
Banderas tem os diálogos mais risíveis que só não se sobrepõe aos dos coitados dos coadjuvantes, todos meros estereótipos com o nível de atuação do povo de “Malhação”. Todos os lugares comuns que construíram o gênero na década de 80 estão presentes, inclusive – e principalmente – o duelo final, o qual beira o cômico.
É quase um milagre que a produção não afunde simplesmente. São as pequenas coisas – o comprometimento do protagonista, o humor incauto dos coadjuvantes e até os confrontos nostálgicos – que dão um certo carisma ou qualquer coisa fora dos elementos técnicos de atuação ou narrativos, visto que estes estão bem abaixo do esperado.
“Segurança em Risco” é eterno oitentista feito em pleno 2017 que dá um ar nostálgico e pode até agradar os menos exigentes, mesmo não passando muito de mediano.