
Para Todos os Garotos que Já Amei
Lara Jean adora escrever cartas de amor secretas para seus paqueras. Só não contava que um dia elas seriam misteriosamente enviadas!
Filmes “colegiais” fazem sucesso e isso é um fato. Mas o que difere cada história com foco na adolescência? Geralmente são as situações abordadas, e não a ambientação – que é sempre muito fechada dentro do cenário americano. Para Todos Os Garotos Que Já Amei, cuja trama é adaptada da literatura, consegue evidenciar algumas particularidades dentro da limitação que já habita este subgênero. Porém, ao mesmo tempo em que entrega um frescor visual e possui personagens carismáticos, o longa não sai da estrada dos clichês.
Diferente de Quase 18, um coming of age consistente que evita os dramas de dentro dos corredores de escola para a vida em si, o filme de Susan Johnson se encaixa mais nos padrões de longas como Com Amor, Simon, também lançado este ano e que possui semelhanças no lado cômico da narrativa. Para Todos Os Garotos Que Já Amei entretém bastante (principalmente por sobrepor na protagonista leves referências do cinema dos anos 80) mas não passa aquela sensação de novidade, que com certeza seria bem-vinda.
O grande trunfo do filme é a atuação de Lana Condor (X-Men: Apocalipse) como Lara Jean. Cheia de carisma, a jovem enfatiza seus receios de modo admissível, por mais que esteja na pele de uma adolescente de classe média-alta cujos problemas podem ser vistos como artificiais. Enquanto é importante se firmar durante o colegial e encontrar sua própria identidade, o roteiro trabalha o autoconhecimento de Lara Jean apenas girando em torno de seus relacionamentos afetivos, e não com base na procura de seu verdadeiro “eu”.
Não dá para negar que o filme tem, sim, seu brilho, apesar de se manter à sombra de produções semelhantes. Para Todos Os Garotos Que Já Amei tem a ex-amiga, o garoto popular da escola, o melhor amigo, a irmã companheira, o pai compreensivo: estereótipos que ganham força juntos e funcionam como um todo.