
Os Órfãos. Kate (Mackenzie Davis) é uma jovem professora contratada para trabalhar como governanta na mansão de uma família rica. Na casa, localizada em Essex, Londres, vive Flora (Brooklynn Prince) e Miles (Finn Wolfhard), irmãos órfãos que perderam ambos os pais em um acidente próximo à casa. No entanto, ela logo percebe que no local existem outros moradores, não necessariamente vivos.
Kate (Mackenzie Davis) é uma jovem professora contratada para trabalhar como governanta na mansão de uma família rica. Na casa, localizada em Essex, Londres, vive Flora (Brooklynn Prince) e Miles (Finn Wolfhard), irmãos órfãos que perderam ambos os pais em um acidente próximo à casa. No entanto, ela logo percebe que no local existem outros moradores, não necessariamente vivos
Ao fim da projeção, chega a ser chocante como Os Órfãos consegue se transformar num filme completamente diferente do modo como começou em questão de segundos: por um lado, a história que nos é apresentada desde o início é bem estruturada quando analisada com o estilo de “mansão mal assombrada”, com todos os elementos que a caracterizam como tal. Do outro lado, temos o suspense com um viés mais psicológico, em que certas nuances e detalhes comportamentais não são apresentadas devidamente ao espectador.
Enquanto terror com uma boa quantidade de jumpscares, o filme da cineasta Floria Sigismondi realmente se sustenta. A boa direção, a fotografia soturna e o trio principal (formado por Mackenzie Davis, Brooklynn Prince e Finn Wolfhard) são capazes de garantir com que o mistério acerca da grande casa em que os órfãos Clara e Miles vivem nunca saia de vista. Por mais que a trama seja um tanto simples – uma babá precisa de mudanças e aceita um emprego num local isolado para cuidar de uma menina –, alguns desdobramentos envolvendo o personagem de Wolfhard servem como alavanca para a protagonista duvidar de todos e, posteriormente, de si mesma.
Os Órfãos aproveita boa parte do conto de Henry James, intitulado “A Volta do Parafuso” (que também servirá de adaptação da segunda temporada da série A Maldição da Residência Hill, da Netflix), e mergulha fundo na premissa, nos questionamentos da protagonista e na ambientação daquele lar que foi palco de algumas tragédias. Mas, ao contrário da série de televisão, que trabalhou excepcionalmente bem cada um dos personagens da família Hill na temporada de estreia, o longa como um todo sofre nas mãos de um roteiro instável demais e que não sabe por quais vias deve seguir: uma narrativa comercial ou uma narrativa mais puxada para o gótico.