
Oitava Série
Kayla (Elsie Fisher), de 13 anos, como toda jovem do subúrbio americano, sofre na última semana do ensino fundamental – o fim de seu até agora desastroso ano da oitava série/nono ano – antes de começar a frequentar uma escola nova no ensino médio.
Com um punhado de filmes adolescentes focados em esteriótipos e rivalidade entre os jovens, o novato diretor Bo Burnham propõe uma percepção diferente dos obstáculos da caminhada ao amadurecimento em Oitava Série** (Eighth Grade). Centrado nas últimas duas semanas do fim do ensino fundamental, a narrativa é contada por Kayla (Elsie Fisher), uma jovem de 14 anos, prestes a concluir a oitava série e com expectativas para o ensino médio.
Para narrar o filme, Bo Burnham – também responsável pelo roteiro – apresenta Kayla gravando um vídeo para o seu canal no Youtube, em que ela fala sobre as suas percepções e como é importante acreditar em si mesma. Os vídeos não são assistidos por ninguém e, ao contrário da sua imagem gravada, ela não possui muita habilidade social para falar com os outros adolescentes na escola.
Assim é criada uma dicotomia entre a Kayla do Youtube – como uma espécie de conversa ao espelho – e a adolescente de 14 anos no cotidiano, sempre receosa das suas ações. Logo de início, uma votação da escola elege “os mais do ano”, enquanto o crush de Kayla, Aiden (Luke Prael), recebe o prêmio “os olhos mais belos”, ela é eleita a “mais quieta”. As suas tentativas de interação são ignoradas e é palpável a sensação de estranhamento cada vez que Kayla se esforça para fazer parte do entorno.
Oitava série é uma obra de momentos, em que narra etapas de um processo de auto-avaliação, descobertas e como essas novidades são tão intensas nesta faixa etária. Interpretada magistralmente por Elsie Fisher, a protagonista é como qualquer outra menina, os seus talentos e aspirações não são destacados na narrativa, mas as suas vivências são sentidas como uma perturbadora realidade.