
Me Chame Pelo Seu Nome
O sensível e único filho da família americana com ascendência italiana e francesa Perlman, Elio está enfrentando outro verão preguiçoso na casa de seus pais na bela e lânguida paisagem italiana quando Oliver, um acadêmico que veio ajudar a pesquisa de seu pai, chega.
A beleza é um tema caro a Me Chame Pelo Seu Nome, filme do diretor Luca Guadagnino (100 Escovadas Antes de Dormir). Da paisagem campestre das locações no interior da Itália à fotografia solar de Sayombhu Mukdeeprom (As Mil e uma Noites), passando pela escalação de Armie Hammer (tido mais como um “rostinho bonito” do que exatamente um “talento”), a experiência do prazer estético ocupa, com sucesso, um lugar central nesta produção, que, no entanto, tropeça no ritmo.
Baseado no romance homônimo escrito pelo egípcio André Aciman, o filme narra os acontecimentos de uma temporada de férias na vida do adolescente Elio (Timothée Chalamet) na casa de campo da família intelectualizada em 1983 – um ambiente multicultural, onde se fala italiano, inglês e francês, por exemplo, sem nenhum titubeio. Lá, o pai dele (vivido por Michael Stuhlbarg), especialista em cultura grego-romana, recebe o acadêmico Oliver (Hammer), que viaja para ajudá-lo em sua pesquisa. Aos poucos, Elio e Oliver vão se aproximando um do outro.
As belas imagens têm sua força prejudicada na medida em que não são acompanhadas de uma narrativa de potência equivalente. O roteiro de James Ivory (diretor de Vestígios do Dia, três vezes indicado ao Oscar nesta função) não traz elementos suficiente para segurar as mais de duas horas de projeção. O filme demora a engrenar, o que prejudica o ritmo da experiência.
No entanto, se beleza não põe mesa, como atesta o ditado, no caso de Me Chame Pelo Seu Nome ela abre o apetite, subvertendo o clichê.