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Coraline e o Mundo Secreto

Coraline e o Mundo Secreto

Feb. 05, 2009USA100 Min.PG
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Sinopse

Coraline e o Mundo Secreto

Entediada em sua nova casa, Caroline Jones (Dakota Fanning) um dia encontra uma porta secreta. Através dela tem acesso a uma outra versão de sua própria vida, a qual aparentemente é bem parecida com a que leva. A diferença é que neste outro lado tudo parece ser melhor, inclusive as pessoas com quem convive. Caroline se empolga com a descoberta, mas logo descobre que há algo de errado quando seus pais alternativos tentam aprisioná-la neste novo mundo.

Crítica

Tem muita gente que acha que o diretor de O Estranho Mundo de Jack é o aclamado – mas repetitivo – Tim Burton. Pois é: tem muita gente errada.

O diretor do mais famoso desenho animado em stop-motion (técnica de animação com bonecos que são movimentados à mão, quadro-a-quadro, 24 vezes por segundo) é, na verdade, Henry Selick. Tim Burton produziu O Estranho Mundo de Jack apenas. O que ele dirigiu com essa técnica foi Noiva Cadáver e, mais recentemente, Frankenweenie. Independente disso, é fato que tanto O Estranho Mundo de Jack quanto Noiva Cadáver e Frankenweenie são primores dessa técnica.

No entanto, Coraline consegue, talvez, ser ainda melhor que os demais. Mérito de Henry Selick que novamente insistiu na técnica que o deixou famoso. Não sei exatamente explicar o que diferencia o stop-motion da computação gráfica estilo Pixar sob o ponto de vista do espectador médio, mas há diferenças palpáveis. Talvez saber que um filme foi feito em stop-motion nos faça dar mais valor a ele pois, afinal de contas, cada segundo do filme gerou a movimentação dos bonecos e do cenário 24 vezes. Façam as contas e vejam quantas vezes a câmera parou para os técnicos movimentarem os personagens, as árvores e tudo mais que vemos diante das câmeras e imaginem o pesadelo logístico que deve ser isso. Filmes bons em stop-motion merecem todos os elogios e apoio dos espectadores. Não é à toa que O Estranho Mundo de Jack é reprisado todos os anos nos cinemas americanos, na semana do Halloween.

Coraline vai dois passos além em comparação com seus antecessores: é o primeiro stop-motion filmado diretamente em 3D e é baseado em obra literária (que depois foi adaptada para quadrinhos) de ninguém menos do que Neil Gaiman. É o avanço tecnológico (duvido em geral, no caso do 3D) e o contar histórias de Gaiman reunidos em um só pacote.

Sobre o 3D, essa técnica, apesar de usada e abusada pelos estúdios americanos, tem sido instrumento narrativo de algumas poucas obras que se destacam no meio de um manancial de armadilhas para o nosso dinheiro. Minha posição sobre o 3D é bastante óbvia e já a deixei clara nesse artigo aqui, mas basta dizer que a considero inútil 99% das vezes. Apesar de Coraline não entrar na minha lista pessoal de “melhor uso de 3D”, a grande verdade é que o esforço de Selick merece reconhecimento, pois a técnica acaba enriquecendo a narrativa nos ajudando a efetivamente entrar em seu colorido mundo alternativo (ou “mundo secreto” do desnecessário sub-título em português).

Sobre Neil Gaiman, ele é o criador de histórias sensacionais, conhecido pelo clássico Sandman, o psicodélico “super-herói” dos sonhos e, no cinema, por Stardust: O Mistério da Estrela e Máscara da Ilusão, dois ótimos filmes, especialmente o segundo. Seu estilo neo-gótico é carregado perfeitamente bem para dentro da história, em um trabalho mais assustador do que qualquer outra coisa.

A fita narra a história de Coraline, uma menina que se muda com os pais para um casarão rosa. Eles são severos e trabalham o tempo todo escrevendo livros de jardinagem, apesar de não gostarem de jardins, atividade que lhes toma todo o tempo disponível, afastando-os da menina. Coraline, então, sai explorando o terreno e a casa e acaba encontrando um garoto estranho que é neto da proprietária da mansão e, também, os três outros inquilinos: duas senhoras que outrora foram atrizes de teatro e que, hoje, vivem do passado junto com seus cães Terrier (e vários outros empalhados como se fossem anjinhos de presépio) e um malabarista louco que tem um circo de camundongos saltadores, mas que ele não mostra para ninguém.

Coraline e o Mundo Secreto

Nesse ambiente, Coraline acaba se sentindo sozinha e esbarra em uma porta secreta que se abre para outro mundo, uma espécie de outra dimensão em que seus  pais alternativos só dão atenção à ela e seus vizinhos são, digamos, mais coerentes. O único problema é que, nesse mundo, todas as pessoas, inclusive seus pais, têm botões no lugar dos olhos. Coraline então descobre que nem tudo são flores e sua aventura começa a ficar perigosa.

Apesar de ser vendido como uma obra infantil, Coraline não é para os bem pequenos. Só o conceito de botões no lugar de olhos – tal qual bonecas antigas – já é bastante tenebroso, algo que, quem conhece, sabe ser bem no estilo de Neil Gaiman. Mas o que realmente retira Coraline da categoria de “filmes para criancinhas” é sua atmosfera gótica e escurecida. O design de produção é preciso na criação de elementos fantásticos que assombram pela originalidade, sem se preocupar com a beleza em seu conceito pasteurizado que aprendemos a gostar. Assim, dos personagens às casas e aos animais, passando pelos objetos do dia-a-dia e vegetação, nada é de aceitação automática. Somos forçados a nos despir do que esperamos para sermos agraciados com generosas doses de originalidade e, sim, genialidade.

Coraline e o Mundo Secreto

A fotografia, também emulando a atmosfera gótica, trabalha com iluminação esparsa, usada de maneira cadenciada e precisa para nos passar, ao mesmo tempo, deslumbramento e assombração. Isso pode ser visto especialmente quando Coraline rasteja pelos mais diversos lugares escuros ou quando atravessa o “portal para a outra dimensão”. A trilha sonora, composta por Bruno Coulais e por They Might Be Giants alterna entre tons de thriller de suspense e de melancolia, em uma mescla que não só nos faz enxergar o âmago da entristecida mas valente Coraline, como combina perfeitamente bem com a atmosfera criada pelo design de produção e fotografia. É como assistir e ouvir um pesadelo benigno, se é que algo assim realmente pode existir.

No final das contas, a história, que conta com mensagem importante e muito necessária nos dias de hoje (dê valor ao que você tem!) e roteiro impecável, somada à realmente impressionante qualidade do stop-motion, torna Coraline um grande filme para todas as gerações, ainda que os mais novos vão se assustar mais do que extrair a moral da história.

Coraline e o Mundo Secreto
Coraline e o Mundo Secreto
Título original Coraline
IMDb Rating 7.7 199,613 votes
TMDb Rating 7.6 3,879 votes

Director

Henry Selick
Director

Elenco

Dakota Fanning isCoraline Jones (voice)
Coraline Jones (voice)
Teri Hatcher isMel Jones / Other Mother (voice)
Mel Jones / Other Mother (voice)
Jennifer Saunders isApril Spink (voice)
April Spink (voice)
Dawn French isMiriam Forcible (voice)
Miriam Forcible (voice)
Keith David isCat (voice)
Cat (voice)
John Hodgman isCharlie Jones / Other Father (voice)
Charlie Jones / Other Father (voice)
Robert Bailey Jr. isWyborne
Wyborne "Wybie" Lovat (voice)
Ian McShane isMr. Sergei Alexander Bobinsky / Other Bobinsky (voice)
Mr. Sergei Alexander Bobinsky / Other Bobinsky (voice)
Aankha Neal isSweet Ghost Girl (voice)
Sweet Ghost Girl (voice)
George Selick isGhost Boy (voice)
Ghost Boy (voice)
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